Nem tudo em um ambiente econômico difícil como o que enfrentamos atualmente deve ser encarado como insuperável, com o cenário do dólar tendo a valorização tão acelerada existe quem ganha. O que precisa ser feito para que o estrago seja reduzido e até mesmo invertido chama-se internacionalização de mercado. Sim, concordamos que mesmo esperando o dólar atingir os R$ 4,00 tão cedo pegou muita gente de surpresa. Nem as projeções mais ousadas deram conta de que o dólar subiria tanto e tão rápido. Nesta terça (22), a cotação da moeda passou de R$ 4 e bateu recorde histórico. Mas como disse no início de nosso artigo enquanto uns choram, outros comemoram. O real mais fraco beneficia diretamente a indústria exportadora, mas também pressiona a inflação com o encarecimento da matéria prima e dos produtos importados, reduzindo o poder de compra do brasileiro.
Podemos afirmar que entre as diversas razões que poderiam influenciar o comportamento do mercado diríamos que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil e as dificuldades do governo em cumprir o ajuste fiscal, ajudaram bastante neste cenário e ninguém aposta em uma baixa da moeda, pelo menos não enquanto este ambiente inseguro permanecer.
Entre os perdedores e vencedores, a alta do dólar mais ajuda do que prejudica a economia, sim é verdade! Precisamos entender que o efeito positivo do estímulo às exportações parece dominante num quadro recessivo, porque é um dos componentes da demanda que pode melhorar o consumo e porque seria desejável melhorar a balança comercial, mas não se enganem para ampliar isso além do que verificamos atualmente muitas ações devem ser tomadas.
Vejamos quem ganha com a valorização da moeda americana: Turismo nacional, Empresas que produzem e vendem no Brasil – as que não dependem de importações como matéria prima ou componentes para equipamentos e claro às Empresas exportadoras.
Por diversas vezes alertamos para a falta de uma postura mais agressiva para incentivar os empreendimentos voltados ao mercado internacional. Entendemos que é necessário descentralizar e dar aos estados condições para assegurar condições de operacionalidade às empresas, defendemos essa postura inclusive com projetos já em desenvolvimento que poderiam ajudar.
O tempo passa e a urgência só aumenta.
Carlos Fernandes é especialista em comércio exterior e câmbio com mais de 30 anos de experiência. Foi executivo dos bancos: Banco da Bahia de Investimentos, SN Crefisul (Citibank), Banco Bozano Simonsen, Credit Lyonnais “BFB”; e das corretoras: Hoya, Miata (corretora de câmbio, Importadora e Exportadora), Renova, PREVIBANK S.A. DTVM, Concordia S.A. DTVM. Foi também fundapiano (ES).
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